De cor vermelha e aparência viscosa, o sangue é um tecido conjuntivo presente em todos os seres humanos, onde percorre todo o sistema cardiovascular, passando pelo interior do coração e por todos os vasos que constituem o corpo.
Composto basicamente por hemácias, plaquetas, leucócitos e plasma, trata-se também de um tecido renovável, ou seja, mesmo em caso de perda ou doação, o indivíduo estará em pouco tempo, com o seu volume total renovado.
Além disso, é também responsável pela entrega de nutrientes a todos os demais tecidos e órgãos. Entretanto, apesar de ser para lá de interessante e fundamental para a nossa existência, nem todo mundo conhece suas particularidades.
Pensando nisso, reunimos no artigo de hoje informações importantes – e curiosas – que você vai adorar conhecer sobre o sangue. Acompanhe!
Do que o sangue é formado?
Na prática, ele é composto por células como hemácias, leucócitos, plaquetas e plasma.
Segundo a literatura, o volume de sangue presente em uma pessoa pode chegar até 7% do seu peso corporal em litros, o que significa que uma pessoa com até 50Kg de peso total, terá o equivalente a 3,5 litros de sangue. Saiba qual é a quantidade de água que deve ser ingerida diariamente clicando aqui.
Se dividirmos em dois grupos volumétricos, o plasma possui cerca de 55% da composição total, enquanto as plaquetas correspondem aos quase 45% do volume restante.
Vamos entender a seguir a importância e o papel de cada um dos componentes presentes.
Plasma
Em resumo, a parte mais líquida do sangue é o plasma, que apresenta aparência amarelada, com uma composição primordialmente feita por água, acompanhada de sódio, potássio, cálcio e magnésio, bem como de proteínas como albuminas e anticorpos.
Além disso, o plasma também é composto por glicose, vitaminas, hormônios, gases e resíduos metabólicos. No geral, a principal função do plasma é garantir o transporte destas substâncias pelo corpo e auxiliar no seu pleno funcionamento.
Plaquetas (ou trombócitos)
Assim como o plasma, as plaquetas também são bastante numerosas. Entretanto, ao contrário do que muitos pensam, elas não são necessariamente células. Na verdade, elas são fragmentos de células da medulo óssea, conhecidas como megacariócitos.
Com formato que lembra pequenos discos, a tarefa das plaquetas é, basicamente, controlar os sangramentos através da coagulação sanguínea, bem como auxiliar na reparação causada nos vasos sanguíneos.
Estima-se que, em condições normais, apenas um microlitro de sangue pode conter entre 250mil a 400mil plaquetas!
Hemácias (ou eritrócitos, ou glóbulos vermelhos)
As hemácias, em geral, são células sanguíneas com formato de pequeno disco bicônico com uma grande quantidade de hemoglobina, uma proteína que facilita a captação do oxigênio pelos pulmões e grande quantidade de ferro.
Uma pessoa saudável, pode apresentar em seu sangue uma grande quantidade de hemácias, podendo, inclusive, passar de bilhões! Não à toa, elas são responsáveis pelo transporte de oxigênio e eliminação do dióxido de carbono.
Leucócitos (ou glóbulos brancos)
Também conhecidos como glóbulos brancos, de aparência incolor, os leucócitos são considerados como soldados do corpo. Isso porque, sua função é justamente defender o corpo contra qualquer tipo de ameaça.
Assim, sempre que adoecemos, nossos leucócitos estimulam a produção de anticorpos que combatem as infecções.
Vale destacar que os leucócitos apresentam a capacidade de atravessar os vasos sanguíneos e, por isso, conseguem agir em qualquer tecido do corpo.
Cabe ainda salientar que existem basicamente 5 tipos de leucócitos: linfócitos; monócitos; eosinófilos; basófilos e neutrófilos. Logo, cada um dos tipos apresentam suas próprias funções e características, sendo responsável por um tipo específico de proteção do corpo.
Onde o sangue é formado?
Resumidamente, o sangue é produzido na medula óssea, localizada nas cavidades dos ossos esponjosos e no canal medular de ossos longos.
O que poucos sabem é que a medula óssea pode ser dividida em dois tipos: a amarela e a vermelha, onde ocorre de fato, a produção de células sanguíneas. O processo de produção do sangue é conhecido como hemocitoponese.
Vale frisar que em um adulto, a medula óssea vermelha pode ser encontrada nas vértebras, ossos do crânio, costelas e esterno.
Leia também: Os 4 tipos sanguíneos principais: conheça o seu.
Quais os tipos sanguíneos existentes?
Ao contrário dos órgãos em geral, o sangue não é exatamente o mesmo em todos os humanos. Afinal de contas, ele pode ser classificado em diferentes tipos sanguíneos.
No geral, os tipos são distintos pela presença de antígenos na superfície das hemácias. Isso significa que cada grupo possui um “corpo estranho” que estimula a produção de anticorpos.
Aqui, é importante destacar a importância de se conhecer o próprio tipo sanguíneo, especialmente, para fins de compatibilidade em transfusões de sangue e/ou órgãos. Os tipos sanguíneos se dividem em 4 grupos, são eles:
- Sangue tipo A: este é o tipo sanguíneo mais comum de se encontrar. Ter o sangue do tipo A significa não ser compatível com sangue tipo B, que, inclusive, pode ser chamado de anti-B. Neste caso, os anticorpos presentes só são compatíveis com o sangue do tipo A ou O.
- Sangue tipo B: o sangue do tipo B é considerado como um dos mais raros a serem encontrados e apresenta anticorpos contra o tipo A, o que significa que ele só pode receber transfusões de sangue do tipo B ou O.
- Sangue tipo AB: também raro, o sangue tipo AB é o mais vantajoso dos tipos observados. Isso porque, quem possui a tipagem AB pode receber doação de qualquer doador sem que apresente rejeição ou reação adversa.
- Sangue tipo O: conhecido como doador universal, o tipo sanguíneo O é compatível com todos os demais tipos, porém, quando o assunto é a recepção, apenas doadores também O podem ser úteis.
É importante frisar que receber transfusão de sangue de um tipo sanguíneo incompatível, pode resultar na aglutinação das hemácias, ou outros problemas, causando inclusive a morte.
O que é Fator Rh e qual sua relação com o sangue?
Além de ser dividido em tipos, o sangue ainda pode ser classificado quanto ao fator Rhesus, também chamado de Rh. Este fator, pode ser tanto positivo (+), quanto negativo (-) e indica o antígeno presente nas hemácias.
Apesar de não despertar interesse a princípio, esta informação também é de suma importância, principalmente, quando se trata de transfusões e, se não observadas, podem resultar em complicações sérias.
Observe a tabela a seguir e entenda a compatibilidade dos tipos sanguíneos:
Tipo sanguíneo + Fator RH | Compatível com |
A+ | A+, A-, O+ e O- |
A- | A- e O- |
B+ | B+, B-, O+ e O- |
B- | B- e O- |
AB+ | A+, A-, B+, B-, AB+, AB-, O+ e O- |
AB- | AB-, A-, B- e O- |
O+ | O+ e O- |
O- | O- |
Vale ressaltar que apesar da ciência ter evoluído em uma velocidade alarmante, ainda não há nenhum substituto para o sangue humano e, por isso, sempre que uma pessoa precisar de uma transfusão de sangue, ela dependerá da solidariedade de outra pessoa.
Não à toa, são inúmeras as campanhas que promovem e incentivam qualquer pessoa apta a ser um doador de sangue. Além de se tratar de um processo simples, rápido e seguro, apenas uma doação pode salvar até quatro vidas!
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