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Tudo o que você precisa saber sobre a Doença de Chagas

A doença de chagas possui sintomas bem diversificados que muitas vezes causam confusão em seu diagnóstico. Logo, saiba mais sobre a doença, como funciona e atua
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Existem algumas doenças que realmente fogem do conhecimento da população em geral. Outras, passam por crenças que nem sempre correspondem à realidade. A Doença de Chagas se enquadra nas duas opções.

Pouco conhecida popularmente, os que sabem da sua existência ainda sofrem com a disseminação de informações incorretas.

Segundo um levantamento da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), mais de 10 mil pessoas morrem todos os anos em decorrência de complicações clínicas da Doença de Chagas e cerca de 75 milhões de pessoas correm o risco de contraí-la.

Os dados são ainda mais alarmantes se considerarmos o alerta da própria organização que sugere que cerca de 70% das pessoas com a doença não sabem que estão infectadas.

Com essas informações em mente, verifica-se a importância notória de se saber mais sobre a doença. Portanto, para entender mais sobre a Doença de Chagas, que pode inclusive ser inofensiva ou completamente agressiva, variando de acordo com a abordagem escolhida e o tempo que o paciente demora para identificá-la, vamos levantar e explicar as questões a seguir.

O que é Doença de Chagas?

No geral, a Doença de Chagas é uma patologia característica de países subdesenvolvidos (como o nosso), e foi assim nomeada por conta de Carlos Chagas, seu descobridor.

Ela é transmitida por um inseto conhecido como “barbeiro”, mas, ao contrário do que a maioria imagina, não é a picada dele a responsável por trazer a doença. Mas sim causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi que infectou o inseto.

Por ser uma doença normalmente assintomática e imperceptível até mesmo durante anos após a infecção, não é incomum que casos novos da doença não sejam identificados ou registrados.

Vale frisar que apesar de ser associada principalmente as áreas rurais, seu perfil epidemiológico tem mudado com o passar dos anos, migrando inclusive para cidades e grandes centros urbanos.

Também é importante destacar que há diferentes formas de contaminação e transmissão, como por exemplo, a transmissão de mãe para filho. Vamos entender mais sobre isso adiante.

Contaminação e transmissão da Doença de Chagas

Embora seja comum as pessoas acharem que o barbeiro é o verdadeiro vilão causador da Doenças de Chagas, como vimos, o real agente da doença é um protozoário chamado Trypanosoma cruzi, que habita as fezes do barbeiro. O barbeiro apenas o carrega consigo, portanto, sua picada é inofensiva ao contrário do que se pensa.

O que acontece de fato é que, se o depósito das fezes ocorrer próximo à picada e ela for coçada, provavelmente o protozoário será colocado para dentro do corpo humano entrando em contato imediato com a corrente sanguínea.

Considerando que o protozoário chegue a corrente sanguínea, a transmissão da doença também pode acontecer via transfusão sanguínea caso o doador seja portador da doença ou durante a gravidez, da mãe para o feto.

Até pouco tempo, acreditava-se que apenas essas eram as formas possíveis de ser contaminado com o Trypanosoma, mas, atualmente já há estudos de casos que apontam a contaminação da Doença de Chagas também por via oral.

No Brasil, foram registrados casos de contaminação por meio da cana-de-açúcar e açaí que tiveram, durante a sua moagem, o protozoário mantido vivo e consumido logo após. Nesses casos, houve absorção pelo sistema digestivo, o que manteve o agente da doença ativo.

Quais são os principais sintomas da Doença de Chagas?

Resumidamente, a Doença de Chagas possui sintomas bastante abrangentes que vão desde leves dores de cabeça até sérias erupções cutâneas. O que consequentemente faz com que a situação confunda a cabeça do paciente, fazendo, muitas vezes, com que ele acredite ser apenas algum tipo de virose ou mal-estar sem importância.

Dentre os sintomas mais observados estão: dores de cabeça; febre; mal-estar; vermelhidão; inchaço nos olhos; aumento do fígado e do baço; vômito; diarreia; dificuldade de respirar e erupções na pele.

Vale destacar que os sintomas não precisam necessariamente aparecer nem em grande número, nem ao mesmo tempo. Porém, se você acredita ter tido contato ou estiver passando por uma área endêmica, qualquer um deles já é motivo para ficar em estado de alerta.

Evolução da Doença de Chagas

Normalmente, a Doença de Chagas se apresenta em três fases muito bem definidas, são elas:

Fase Aguda

Ocorre logo que o indivíduo é contaminado, sendo, geralmente durante esse período que os sintomas costumam aparecer e perdurar de dias até alguns meses, se não for tratado. Porém, também pode não manifestar nenhum sintoma, então o portador da doença costuma nem cogitar ser hospedeiro do protozoário.

Fase Crônica Indeterminada

Por sua vez, nesse estágio, a pessoa já não sente mais nenhum tipo de sintoma, porém segue enferma. Aqui, o protozoário continua circulando pelo sangue e fibras do corpo e o hospedeiro segue apresentando risco de contaminar outras pessoas.

Fase Crônica Sintomática

Quanto à fase crônica sintomática da Doença de Chagas, estima-se que aproximadamente 30% a 40% dos pacientes contaminados chegam a essa etapa, considerada pelos especialistas como a pior delas.

Nesta fase, a medicação para eliminar o protozoário já não faz mais efeito e ele costuma causar danos mais graves a órgãos como coração e região gástrica. Os problemas cardíacos gerados nessa fase não são incomuns e a situação geral que se cria pode levar o paciente inclusive a óbito.

Diagnóstico e tratamento para a Doença de Chagas

Basicamente, o diagnóstico para a Doença de Chagas acontece via exame laboratorial. Neste sentido, uma simples coleta de sangue permite que seja identificada a presença do protozoário no corpo e, dessa forma, que o paciente seja encaminhado para tratamento o quanto antes.

Durante a primeira fase, um antiparasitário é o suficiente, sendo capaz de resolver por completo a situação. Já durante as fases crônicas, a medicação pode sim ser indicada, mas já se sabe comprovadamente que não apresenta a mesma eficácia.

Quando o paciente chega a fase crônica sintomática, o cuidado deve ser voltado aos possíveis danos pontuais que a doença ocasiona. Nessa etapa é importante ficar atento principalmente aos sinais que indiquem problemas cardíacos ou gastrointestinais.

Doença de Chagas: Dicas de prevenção e cuidados

Via de regra, as principais dicas de prevenção e cuidados para a Doença de Chagas também fazem parte dos cuidados que todas as pessoas devem ter para evitar outras doenças.

Especialmente se você passar por uma região endêmica, atente-se ao seu corpo para logo perceber caso desenvolva algum sinal de contaminação. Consultar um médico, ainda que apenas por precaução, nessa situação é altamente recomendado.

É aconselhável também que, nessas regiões, mantenha-se telas nas janelas para impedir a entrada do inseto hospedeiro. Vedar paredes, portas e rebocos também diminui os riscos.

Por fim, manter rotinas de higiene no consumo da cana-de-açúcar e açaí auxiliam a manter o protozoário distante, bem como eliminar dos arredores de casa entulhos, lixos e depósitos de materiais, galinheiros, chiqueiros e ninhos.

É significativamente relevante que o portador do protozoário ativo se lembre que ele não deve, em hipótese alguma, doar sangue para não transmitir a doença ao receptor.

Com consciência e conhecimento sobre a doença, dificilmente você será acometido por ela. E, caso ainda assim seja, certamente saberá o que fazer para que a doença não evolua.

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