Sabe-se que o cérebro é o órgão que comanda o corpo humano, tendo como tarefa enviar diretrizes para os outros órgãos por uma espécie de fibras nervosas, também chamadas de nervos. Os nervos, por sua vez, são os condutores da mensagem que a massa encefálica quer passar para o resto do corpo.
Quando existe a suspeita de doenças que afetam os nervos, a junção mioneural ou músculos, o exame eletroneuromiografia pode ser solicitado.
Em resumo, a eletroneuromiografia é o exame que estuda o nervo desde a saída da medula e cérebro, bem como todo o seu caminho até os músculos. Segundo a literatura, este trajeto é conhecido como unidade motora.
Quando o cérebro envia uma mensagem através do nervo para o músculo, esse processo se chama contração muscular. A Eletroneuromiografia (ENMG), então, é um exame que se utiliza de corrente elétrica para avaliar esses processos.
Sendo assim, capaz de verificar nervos, músculos e suas funções de forma que, ao obter tais informações, as transforma em um gráfico semelhante aos do eletrocardiograma. A partir desse gráfico, um médico especializado é capaz de fazer a interpretação e averiguar o que ocorre.
Agora vamos entender como é feito o exame, para que serve, quais doenças é capaz de detectar, quando é indicado e muito mais. Confira!
Como é feito o exame de eletroneuromiografia?
Em poucas palavras, a realização do exame eletroneuromiografia é feita em duas partes.
A primeira consiste na colocação de eletrodos na pele do paciente. Por eles passa uma corrente elétrica capaz de avaliar a capacidade de condução do nervo, tanto motora quanto sensitiva, esse processo se chama neurocondução sensorial.
Posteriormente, algumas agulhas são cuidadosamente posicionadas nos grupos musculares. Dessa forma observa-se a passagem da corrente elétrica por eles e avalia-se também a resposta muscular de cada grupo. Esse processo, por sua vez, é chamado de miografia.
Apesar de parecer complexo e/ou doloroso, trata-se de um exame simples. As agulhas, que são descartáveis, não causam dor alguma. No máximo, um leve desconforto pode ser sentido durante a colocação delas, mas o fato de serem muito finas traz maior conforto durante o procedimento.
Além disso, é importante destacar que mesmo sabendo se tratar de um exame com corrente elétrica, vale reafirmar que o paciente não leva um choque, tampouco deve sentir a corrente percorrer seu corpo. Portanto, é um exame tranquilo de ser realizado.
Eletroneuromiografia: para que serve?
Normalmente, a eletroneuromiografia é solicitada para a confirmação do diagnóstico de uma lesão parcial ou até mesmo completa dos nervos.
Além disso, o exame também serve para realizar o acompanhamento de recuperação de lesões em tais regiões, como também possui a capacidade de diferenciar uma lesão muscular de uma lesão nervosa.
Dito isso, o resultado proporciona ao profissional da saúde a possibilidade de analisar a função dos nervos e inclusive sua capacidade de transmissão de estímulo para os músculos e para a pele do paciente.
Em um contexto geral, o exame avalia, da mesma maneira, o sistema de condução dos nervos e consegue, assim, desvendar de modo mais eficiente a enfermidade.
Desta forma, a ENMG pode estudar qualquer parte do corpo dependendo da suspeita clínica. Proporcionando ao médico uma garantia daquilo que não se consegue ver apenas durante a avaliação clínica, agregando mais segurança para o paciente e um diagnóstico mais preciso.
Quais doenças que a eletroneuromiografia é capaz de identificar?
Agora que já compreendemos o que é o exame e para que serve, vamos descobrir quais doenças a eletroneuromiografia é capaz de identificar.
Bom, como dito anteriormente, a eletroneuromiografia é indicada para diagnosticar e avaliar doenças que acontecem nos nervos do corpo, sendo assim, um exame bem específico.
Neste contexto, o exame consegue identificar com bastante precisão algumas disfunções que não seriam observadas apenas a olho nu, dentro de uma avaliação clínica de consultório.
São diversas as patologias possivelmente identificáveis, dentre elas encontram-se:
- Esclerose lateral amiotrófica;
- Poliomielite – paralisia infantil;
- Atrofia muscular espinhal;
- Atrofia muscular progressiva;
- Radiculopatia – hérnia de disco;
- Miastenia gravis;
- Síndrome miastênica de Lambert Eaton;
- Canalopatias;
- Polineuropatias;
- Mononeuropatias;
- Trauma de nervos periféricos;
- Paralisia facial;
- Plexopatia braquial;
- Síndrome do desfiladeiro torácico;
- Plexopatia lombossacral;
- Miopatia;
- Distrofia muscular, entre muitas outras.
É importante destacarmos que a ENMG é considerada uma extensão do exame físico e possui como objetivo diagnosticar doenças da unidade motora. Deste modo, é solicitada quando houver a suspeita de qualquer doença no Sistema Nervoso Periférico, como nervo, junção mioneural ou músculo.
Entretanto, é importante frisarmos que a eletroneuromiografia não faz diagnóstico de doenças do Sistema Nervoso Central, como no caso do AVC (Acidente Vascular Cerebral).
Quando o exame é indicado? Para quem? Há contraindicações?
Basicamente, a eletroneuromiografia é indicada em casos de lesão ou suspeita de lesão de algum nervo. Uma vez que tem como intuito acompanhar o real dano causado ao paciente. Em consequência, o médico amplia sua capacidade de avaliar e verificar qual o tratamento mais adequado para a situação.
No entanto, não é qualquer pessoa que pode ser submetida ao procedimento. Apesar de não ser invasivo, o exame possui algumas restrições que devem ser respeitadas. Neste contexto, não podem fazer a eletroneuromiografia os pacientes que:
- Fizerem uso de marca-passo.
- Tiverem problemas de pele no local do exame.
- Apresentarem problemas de coagulação.
- Tomarem medicamento anticoagulante.
- Fizerem uso de cateter no coração.
Logo, é importante ter um relacionamento médico-paciente sincero e honesto para que o especialista possa realizar um acompanhamento preciso e garantir a segurança do paciente.
Portanto, se você se encaixa em qualquer uma das exceções acima, é bom deixar bem claro tais condições para com o seu médico.
Importância do exame de eletroneuromiografia
Garantir o bem-estar e o funcionamento pleno do corpo é uma decisão muito inteligente, e poder fazer isso acessando tecnologia especializada é ainda melhor.
Desta forma, ter a possibilidade de conferir o funcionamento de partes tão delicadas e importantes como são os nervos é um passo muito certo a se tomar. Principalmente quando há suspeita de alguma falha neles.
Assim, se você tem algum problema nevrálgico que não do sistema nervoso central, como AVC, e seu médico solicitar uma eletroneuromiografia, não tenha receio.
Faça o quanto antes e tenha a certeza de estar proporcionando ao seu corpo um bom meio de diagnóstico certo. Além de ajudar o médico a elaborar um melhor prognóstico.
E não se esqueça, para garantir uma maior segurança e confiabilidade do exame, busque fazê-lo em uma clínica especializada com profissionais capacitados e bons equipamentos.