Todos os anos, mais precisamente no dia 14 de junho, comemora-se o Dia Mundial do Doador de Sangue. Esta data foi escolhida com dois intuitos: agradecer a todo doador de sangue que se dispõe a ajudar o próximo doando o seu próprio sangue e a conscientizar a população quanto a importância do tema.
O dia 14 de junho não foi escolhido por um acaso, mas sim escolhido pela OMS (Organização Mundial da Saúde) em meados de 2014 como forma de homenagear o nascimento de Karl Landsteiner (14/06/1868), que foi nada mais nada menos, do que o imunologista que descobriu o fator RH, entre outras diferenças dos tipos sanguíneos.
No Brasil, o dia 25 de novembro foi o escolhido para representar o Dia Nacional do Doador de Sangue e reforçar a conscientização sobre o tema. Infelizmente, grande parte da população não é doadora de sangue ou nunca doou. Segundo a OMS, apenas de 2 a 2,5% da população é doadora de sangue e, ainda assim, nem todos são doadores regulares.
Especula-se que a falta de conhecimento sobre o tema e a falta de acesso à informação da população em geral, dificulta e diminui a adesão. Pensando nisso, decidimos reunir no conteúdo de hoje, as principais informações sobre o tema para desmistificá-lo e trazer luz sobre a sua importância. Acompanhe:
Para que serve a doação de sangue?
Em resumo, o sangue é o responsável pelo transporte de oxigênio, gás carbônico, nutrientes e muitos outros elementos dentro do nosso corpo. Desta forma, ele é essencial para o bom funcionamento de todos os órgãos, assim como para garantir a nossa sobrevivência.
Como não há nenhum outro elemento que substitua o sangue senão ele mesmo, é muito importante que se tenha estoques consideráveis e, dessa maneira, subsídios suficientes para todos os pacientes que necessitem.
São diversas as situações em que o paciente pode necessitar de uma bolsa de sangue, e, portanto, muitas são as formas que uma única doação pode fazer a diferença.
Em algumas circunstâncias, o paciente pode perder determinada quantidade de sangue, de forma abrupta, sendo necessário que se faça uma reposição e, assim, ajude o corpo a se restabelecer. Essa reposição só é possível através de uma transfusão, feita por um doador de sangue.
Outros casos em que uma transfusão de sangue é comumente realizada, destacam-se: partos hemorrágicos, pacientes com problemas de medula óssea, vítimas de acidentes, bebês prematuros, pessoas que se sujeitam a diversos tipos de cirurgias, entre muitos outros.
Quem pode ser doador de sangue?
Para que o sangue possa ser coletado de forma adequada, sem causar nenhum tipo de prejuízo ao doador, é necessário se adequar aos critérios estabelecidos pelos órgãos regulamentadores. Infelizmente, não é qualquer pessoa que pode ser um doador de sangue, para isso, é preciso:
- Estar devidamente identificado com documento oficial com foto;
- Estar com a saúde em dia;
- Ter ao menos 50kg;
- Não estar em jejum;
- Ter entre 18 e 69 anos (ou 16 e 17 com a autorização dos pais ou responsáveis legais).
Por outro lado, pessoas que se enquadrarem nas seguintes situações ou condições, não podem doar sangue:
- Estar com temperatura acima de 37°C;
- Estar gripado ou resfriado;
- Grávidas ou puérperas (até 90 dias após parto normal e 180 após cesárea);
- Estiver amamentando;
- Estar em período pós-cirúrgico;
- Pacientes de extração dentária (até 7 dias antes);
- Ter feito tatuagem ou colocado piercing a menos de 1 ano;
- Ter recebido transfusão de sangue nos últimos 12 meses.
Todos estes cuidados são inerentes à saúde tanto do doador de sangue quanto do receptor. Logo, são maneiras de garantir que nenhum deles terá consequências negativas com o sangue a ser retirado e/ou recebido.
Entenda como é feita a doação de sangue
Compreendendo a importância que tem o sangue no nosso corpo e como ele pode ser utilizado em diversos casos médicos, fica fácil compreender a necessidade de conscientização.
Apesar disso, há muitas pessoas que, por medo, ainda não são doadoras. Mas, a verdade é que o procedimento é simples e, visto o quão importante é, praticamente indolor. Vamos entender como funciona.
Antes de realizar todo o processo, o candidato a ser doador de sangue sempre passará por uma consulta médica, responderá um questionário no qual todas as suas informações pessoais serão colhidas e, estando apto, será dirigido diretamente para a sala de coleta onde o material é estéril, descartável e individual.
Posteriormente, a doação de sangue é feita por intermédio de uma agulha e a extração do sangue acontece de forma bastante similar a uma coleta de material para exame, porém em maior quantidade.
No geral, a quantidade de sangue varia conforme o peso do doador , considerando 9mL de sangue a cada quilo pesado do doador. Por isso, é importante que o doador tenha ao menos 50kg e, assim, doe uma bolsa de 450mL de maneira que seu próprio organismo se recupere de forma satisfatória.
Doei sangue, o que acontece agora?
Depois de tirar sangue, é importante manter o repouso por cerca de 5 a 10 minutos, alimentar-se e manter cuidados como: evitar fumar por ao menos 1h, ingerir bebidas alcoólicas pelas próximas 5h, praticar atividades físicas ou esforços que envolvam o braço do qual o sangue foi coletado até o próximo dia, a fim de garantir uma recuperação completa.
Vale ressaltar que o sangue retirado é reposto pelo próprio organismo do doador, que em geral, se inicia no mesmo dia da coleta. No entanto, para que isso seja feito de forma adequada, orienta-se uma maior ingestão de líquidos, especialmente água.
Por que é importante a conscientização?
Todos os anos, milhares de transfusões de sangue são feitas em todos os hospitais ao redor do mundo. Para que elas obtenham sucesso, o primeiro passo é que haja bolsa de sangue disponível.
As bolsas, por sua vez, só existem em função das doações espontâneas, que só ocorrem, à medida que os doadores se manifestam e se encaminham aos hemocentros. Levando isso em conta, a conscientização se mostra a maneira mais rápida de aumentar a quantidade de doadores e garantir que os estoques sempre sejam renovados.
Além disso, é importante frisar que a doação de sangue não requer grandes esforços, é um ato nobre, altruísta e de solidariedade, uma vez que apenas uma bolsinha de sangue doada, pode salvar inúmeras vidas!
E se considerarmos que mesmo com o avanço da ciência e tecnologia, ainda não exista um substituto para o sangue, ser um doador se mostra ainda mais necessário e importante!