Com a chegada da pandemia de Covid-19 traçou-se uma situação inesperada no quadro de saúde da população mundial. Pouco se sabia no começo e, com o passar do tempo e avanços das pesquisas, algumas informações começaram a ser traçadas.
Estabelecer quais eram as pessoas mais vulneráveis quanto a ela foi um dos primeiros passos. Dentro desse grupo, estudiosos conseguiram entender que diabéticos eram mais frágeis diante da nova doença.
Até o começo do ano, muito se especulava sobre a relação entre Covid e diabetes, mas, em meados de maio, a revista The Lancet Diabetes & Endocrinology divulgou dados que acenderam um novo sinal de alerta para a população em geral.
A relação entre as duas doenças agora está mais clara do que nunca e se mostra preocupante não somente para os já diabéticos que adquiriram o coronavírus, mas também aos que não possuíam problemas glicêmicos. Vamos entender mais a respeito.
A relação entre Covid-19 e diabetes
Aos já diabéticos, a gravidade de contrair a doença viral se dá pela falta de controle dos índices de açúcar no sangue. Isso ocorre, pois o descontrole está diretamente ligado a uma diminuição de resposta do corpo quando ele necessita das funções de defesa.
Ou seja, quando um paciente com diabetes contrai a covid, seu corpo passa a sofrer um pouco mais para conseguir combatê-la. Essa não é uma informação realmente nova, tanto que pacientes com diabetes já faziam parte do grupo de risco.
Entretanto, há uma significativa novidade na relação entre as doenças que foi comprovada há pouco tempo.
Após um longo estudo, concluiu-se que o vírus se utiliza de uma enzima para conseguir entrar nas células. Essa enzima é encontrada nas células do pâncreas, ou seja, quando o coronavírus se apossa dela, ele pode acabar por destruí-la e isso resulta em um déficit na produção de insulina. O que, consequentemente, pode causar uma hiperglicemia.
Neste sentido, o estudo observou que a incidência de diabetes no grupo de pós contaminação viral foi 40% maior se comparado ao grupo que não tenha sido contaminado. Com essa nova informação, agora sabe-se que os 12 meses seguintes à contaminação são os mais cruciais.
A gravidade da Covid importa?
Durante as pesquisas, todos os cientistas chegaram à mesma conclusão: covid aumenta o risco de desenvolver diabetes tipo 2 mesmo após a cura. Todavia, é importante salientar que os casos mais severos aumentaram a probabilidade.
Isso significa que uma pessoa que contraiu covid em uma forma mais leve tem menos chances de desenvolver diabetes que uma que contraiu de forma severa. Apesar disso, não se pode descartar os demais casos, afinal, o paciente de covid leve ainda segue sendo mais propenso a desenvolver diabetes tipo 2 que o que não contraiu o vírus.
Covid e a hiperglicemia
Como se já não bastasse o efeito do próprio vírus no “ataque” das enzimas do pâncreas, é muito comum ver pessoas vítimas de coronavírus precisarem manter o tratamento medicamentoso com corticoide.
É importante destacar que o corticoide faz uma boa diferença nos casos de covid grave, conseguindo diminuir períodos de internação, tempo de respirador e até mesmo evitar algumas mortes. No entanto, ao contornar esses problemas, ele tem o defeito de propiciar outros.
A utilização desse tipo de medicamento pode provocar o aumento da hiperglicemia. Logo, ainda sem desenvolver a diabetes, o paciente pode já dar um empurrãozinho para ela enquanto se trata da covid.
Além disso, os já diabéticos também podem acompanhar uma mudança na sua taxa de açúcar no sangue por causa da inflamação geral do corpo. Para esse grupo, em especial, a dica de ouro é: mantenha-se atento.
Ficar de olho na glicemia e tomar todos os cuidados para que ela esteja sempre controlada é muito importante. Ao mesmo tempo, as recomendações sobre cuidados da higiene e prevenção do coronavírus devem ser mantidas a fim de evitar maiores prejuízos.
A importância da vacinação
Diante de todas as informações sobre covid já conhecidas, aliadas às novas que surgem dia após dia, observa-se cada vez mais o valor e a importância de manter-se cada vez mais longe da doença.
Desde o começo já se sabe que medidas de higiene como lavar sempre as mãos, por exemplo, são o pontapé inicial para se prevenir do vírus da Covid. Além é claro, de utilizar máscaras, evitar permanecer em lugares muito cheios, fechados ou sem circulação de ar adequada.
Aliar todos os cuidados práticos à vacinação, que já está disponível para todas as pessoas acima de 5 anos, é a melhor prática para evitar a doença e os resquícios que ela deixa em seus contaminados.
Lembre-se que, apesar de ser sim uma doença séria e que requer atenção e muito cuidado, não é apenas a covid em si que traz grandes preocupações. As sequelas que ela promove são bastante relevantes também, como foi demonstrado no estudo que revelou a relação entre os novos casos de diabetes e a Covid-19.
Covid e diabetes, o que esperar dessa dupla?
O que se conclui disso tudo é que, mais uma vez, não é possível dar bobeira. Estamos falando de duas doenças graves, que podem resultar em sérios problemas de saúde para quem for acometido por elas.
Se, sozinhas, elas já preocupam bastante, imagine só combinadas. Portanto, tente controlar seus hábitos para que seu corpo sofra o mínimo possível.
Em ambos os casos, a escolha de como levar a situação faz toda a diferença. Tanto na prevenção, quanto nos cuidados e tratamentos. Não permita que sua saúde sofra por conta de más escolhas sobre as suas rotinas diárias.
Cuide da alimentação, do contato social, faça exames periódicos e mantenha seu corpo com o funcionamento a todo vapor. Evitar a Covid-19 ajuda a manter a diabetes tipo 2 mais distante de você. Portanto, cuide-se!